terça-feira, 27 de outubro de 2009

Apegou-se? Desapegue-se!

Clarice Lispector, nesse trecho fabuloso resume tudo:

"É preciso saber sentir, mas também saber como deixar de sentir, porque se a experiência é sublime pode tornar-se igualmente perigosa. Aprenda a encantar e a desencantar. Observe, estou lhe ensinando qualquer coisa de precioso: a mágica oposta do "abre-te, Sésamo". Para que um sentimento perca o perfume e deixe de intoxicar-nos, nada há de melhor que expô-lo ao sol. "



Como repassar essa informação a quem precisa dela? Muitas pessoas sofrem por amar demais, ou esperar demais de um momento vivido... Foi bom? Sim, guarde-o responsavelmente na sua mente. Parece uma prova de fogo, eu sei, e não é um pedido para que sejamos frios, não é isso. A questão é que tudo aquilo que se prova deixa em seu corpo substâncias capazes de te fazer lembrar de tudo o que aconteceu, do gosto que teve, do quão forte e intenso foi algum momento. Naturalmente se quer repetir a dose. Vale a pena? Sim, desde que seja possível, isso é uma questão de lógica, e vale para pessoas (relações humanas), comida (compulsão/gula), álcool e todo o tipo de droga.
Me sinto completamente atrevida em usar Clarisse Lispector aqui, mas sendo altamente subjetiva a interpretação de frases, arrisquei-me.
A vida passa rápido, o tempo, o meu grandioso tema como visto na primeira publicação de outubro, passa, e faz com que os pensamentos voltem a mente, onde revivemos aquela experiência. Isso é maravilhoso, porém pode ser intoxicante, impedindo o progresso, a caminhada, e temos que evoluir!
O texto diz tudo: bons momentos devem ser guardados exceto se provoque efeitos colaterais, como agonia, tristeza, melancolia em excesso,pausa da sua evolução natural, sintomas que eu chamo aqui de MOFO! E o que fazemos quando algo está mofado? Colocamos no sol!
É isso... Cultivar o desapego as vezes cai muito bem!

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